Quantas vezes, em nossos relacionamentos do cotidiano (sejam eles pessoais ou profissionais), tiramos conclusões precipitadas a partir de alguns dados selecionados e a partir desse momento, deixamos de nos relacionar com a pessoa e passamos a interagir apenas com o rótulo que damos a ela?
Fazemos isso o tempo todo, com pessoas próximas ou nem tão próximas assim. É um processo mental, que ocorre numa velocidade quase imperceptível e se não estivermos atentos, caímos facilmente nessa armadilha.
Quem nunca?
No link abaixo, convido vocês a ouvirem Chimamanda Adichie contando sua experiência sobre o tema. Uma palestra sensível e bem humorada sobre quantos perigos existem na insistência de uma história única.
As histórias únicas superficializam a experiência e neglligenciam todas as outras histórias. Insistir numa história única sobre um povo, é roubar sua dignidiade. As histórias únicas enfatizam nossas diferenças ao invés de mostrar nossas semelhanças.
Se é PAZ no mundo o que realmente desejamos, precisamos assumir nossa responsabilidade e parar de violentar as pessoas ao nosso redor às reduzindo a rótulos de histórias únicas. Precisamos descer a escada de inferência* e buscar conhecer as outras histórias disponíveis sobre aquela pessoa, lugar ou situação.
Não há como se relacionar adequadamente com uma pessoa ou lugar sem conhecer e se relacionar com todas as histórias dessa pessoa ou lugar. Isso é um relacionamento verdadeiro. E é disso que o mundo está precisando!
Vamos começar dentro de nossas casas? Experimente!
* Escada de Inferência (Ladder of Inference) — teoria desenvolvida por Chris Argyris, que explica esse processo da mente tirar conclusões rápido demais e passar a agir de acordo com essas conclusões. Descer a escada de inferência, ou seja, fazer seu caminho contrário buscando histórias alternativas, como sugere Chris Argyris, é muito eficaz em resolução de conflitos e é uma ferramenta que pode ser usada tanto em casais e famílias como em contextos organizacionais.